Crescimento Alcançado
INTRODUÇÃO: Historicamente, os profissionais de saúde recebem uma formação baseada em metodologias tradicionais de ensino-aprendizagem, que se fundamenta na transmissão PASSIVA de conhecimentos e na VERTICALIZAÇÃO do processo, que pressupõe uma hierarquia, na qual há uma centralização na figura do professor e não no aluno.
METODOLOGIA TRADICIONAL VS. ATIVA: O que de mais expressivo aprendemos foi que as metodologias ativas se contrapõem às tradicionais, fundamentalmente pela HORIZONTALIZAÇÃO da aprendizagem, na qual se priorizam os processos de aprendizagem para a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes, com foco no aluno e não no professor.
As atividades da metodologia tradicional ou clássica, como assistir aula expositiva, fazer leitura, revisão e memorização, usam baixos níveis de processamento cognitivo e, por conseguinte, o conhecimento adquirido pode ser efêmero. Ademais, com uma linha pedagógica baseada em disciplinas independentes, quanto ao conteúdo teórico, se não aplicarem o que aprenderam, é quase certo que o esquecerão.
O objetivo principal das Metodologias Ativas é tornar o aluno autônomo e protagonista de sua própria aprendizagem. Utilizam-se de atividades que exigem alto nível cognitivo, como trabalho cooperativo em grupos, debates e atividades práticas, além do uso arbitrário de diversas fontes de aquisição de conhecimento. Reconhecem a importância dos conhecimentos prévios dos alunos, para o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa. Finalmente adotam currículos por competências e habilidades, com o objetivo de desenvolver, desde logo, o encontro entre a graduação e o futuro emprego.
Segundo Paulo Freire, a metodologia tradicional se baseia numa concepção bancária, na qual o professor deposita o conhecimento em um aluno desprovido de seus próprios pensamentos. Com esta figura de linguagem, este grande educador brasileiro lança para a eternidade, conceitos de inegável valor, que podem ser resumidos na célebre frase:
Quanto mais se exercitem os educandos no arquivamento dos depósitos que lhes são feitos, tanto menos desenvolverão em si a consciência crítica de que resultaria a sua inserção no mundo, como transformadores dele.
(FREIRE, Paulo – Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra. Pp.57 1996).
Atividade em grupos de 3 ou 4 para Formulação de perguntas Facilitadoras para conceitos e afirmativas.
Bastante semelhante à problematização, é uma metodologia que tem como ponto de partida um caso real ou simulado, cujo tema permeia o cotidiano dos alunos.
Metodologia estruturada que intercala estudo individual, estudo de grupo, provas individuais e provas feitas em grupo.
Atividade em grupos de 3 ou 4 para Formulação de perguntas Facilitadoras para conceitos e afirmativas.
Fotos Vera Marra
Mediar a aprendizagem, em última análise é uma prática de educação que possibilita o aluno a aprender o seu próprio processo da aprendizagem. É portanto, uma metodologia libertadora e perene que tem por objetivo o alcance da AUTONOMIA.
METODOLOGIAS ATIVAS NA SAÚDE: Interessante notar a enorme correspondência entre o advento da Medicina Baseada em Evidências e a Aprendizagem Baseada em Problemas ou PBL (do Ingês Problem Based Learning), que é uma das metodologias ativas muito aplicadas no ensino médico. Observa-se que os egressos nesta metodologia, são mais humanizados e motivados para o auto-aprendizado, já que podem ver os resultados de suas próprias intervenções.
A Metodologia Ativa preconiza a aprendizagem em grupo e a interdisciplinaridade, que em última análise corresponde ao trabalho que os alunos vão desempenhar, ou seja, as equipes multidisciplinares de saúde.
O professor faz parte do grupo, sendo um facilitador da aprendizagem e o co-responsável, pelo processo de aprendizagem do aluno.
O trabalho com pequenos grupos facilita o compartilhamento do conteúdo de forma prazerosa, branda e, sobretudo participativa.
Todos os estudantes entram em contato com os temas abordados., que têm um significado prático para os alunos, que podem relatar suas vivências/experiências prévias com os temas.
O professor faz parte do grupo, sendo um facilitador da aprendizagem e o co-responsável, pelo processo de aprendizagem do aluno.
Fotos Alessandra Portela e Catia Vicente
Na Problematização e no PBL, aprende-se a trabalhar em grupo e cultivar o bom relacionamento interpessoal, já que há necessidade de discussão e negociação aluno-aluno e equipe-tutor. Nos grupos tutoriais, aprende-se a respeitar a opinião dos outros.
MINDFULNESS: Mindfulness, traduzido pelo Prof Jorge Biolchini como “Plenitude Mental”, pode-se resumir como um conjunto de técnicas ou exercícios mentais contemplativos e meditativos que, entre outros benefícios, auxilia a cognição.
Estas técnicas têm como objetivo vivenciar o momento presente. Podem ser utilizados alguns “artifícios” para se chegar ao objetivo, como a observação consciente da própria respiração, ou as sensações e movimentos corporais.
Disfrutamos destas técnicas, enquanto alunos do curso, o que nos forneceu um valioso instrumento para a sua utilização no trabalho de aprendizagem com os alunos (*).
Trata-se uma atividade que objetiva ampliar a capacidade de memorização e de cognição.
Mindfulness é um estado psicológico onde estamos atentos ao presente momento de forma intencional e sem julgamento, percebendo pensamentos, sensações físicas, emoções e eventos no exato momento em que eles ocorrem, sem reagir de maneira automática ou habitual e com isso podermos fazer escolhas mais funcionais, influenciando em como vamos lidar com o mundo mesmo em circunstancias difíceis.
Os estudos têm mostrado que a atividade de mindfulness, se praticada regularmente, pode ser benéfica em inúmeras situações, como CONCENTRAÇÃO, COGNIÇÃO, RECUPERAÇÃO DE DOENÇAS, entre outros benefícios.
Trata-se uma atividade que objetiva ampliar a capacidade de memorização e de cognição.
Fotos Vera Marra e Nilo Lima
(*) The cognitive sciences have been significantly contributing to modifying the education paradigm towards active learning methods. Instead of focusing on content, this approach is student-based, and emphasizes learning processes for acquiring knowledge, skills, and attitudes. Teaching and practicing mindfulness is convergent with this scenario (and might be made easier by it), and may contribute to support the cognitive processes involved. Medical education is a field that has been strongly modified in this direction, with growing adoption of this learning approach. (Biolchini, J. Mindfulness in Active Learning for Medical Education. Poster session presented at: International Symposium for Contemplative Studies - October 30 - November 2, 2014 - Boston, MA.)